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Qual é o seu problema?



Alguém já te fez essa pergunta? Provavelmente sim, mas tem outra que ninguém nos faz, e que talvez seja mais importante que essa: quem escolhe os teus problemas? Ou, em outras palavras, você escolhe os problemas que quer enfrentar ou são eles que te escolhem? É claro que ninguém gosta de ter problemas na vida, mas fato é que não temos como evitá-los. Logo, penso que, antes de investir nossas energias em evitar os problemas, devemos procurar escolher os problemas que queremos enfrentar.

Esse pensamento me ocorreu durante uma conversa que tive com uma cliente de coaching que passou recentemente por uma transição de carreira. Ela deixou voluntariamente seu cargo de gestão em marketing em uma grande empresa multinacional para se dedicar à direção de uma ONG que atua no setor de educação. Dizia ela que não aguentava mais ter que lidar com tantos problemas. Ter que enfrentá-los diariamente havia se tornado um grande peso, fonte de grande angústia e de desânimo. No entanto, na sua nova função, apesar de estar trabalhando mais do que antes, com problemas ainda mais complexos, se sente mais feliz e realizada. É natural então nos perguntarmos se o que nos desanima é o fato de “termos” problemas ou são os “tipos” de problemas que temos que resolver.


Talvez você argumente que não temos como escolher os problemas que enfrentamos. É fato. De alguns deles, realmente, não temos como escapar. Um problema grave de saúde, ter que enfrentar um divórcio ou a perda de um ente querido são adversidades difíceis de nos esquivarmos. Mas considerando que temos a possibilidade de controlar muitas das escolhas que fazemos, então você deve concordar que podemos também escolher alguns dos problemas que nos afetam. É muito comum ouvir pessoas se lamentando de um trabalho que odeiam e, ainda assim, não se mexerem para resolver ou mudar aquela situação. Ficam esperando por um milagre, ou talvez, serem demitidas para não terem que tomar, elas próprias, uma decisão. Enquanto outras, buscam ativamente novas oportunidades profissionais para alcançarem maior satisfação.


Repare que, muitas vezes, não são os problemas em si que nos trazem angústias, mas sim fatores associados ao seu entorno. Tem gente que parece gostar de criar problemas, não parece? Quando não os criam, se entretêm tornando aqueles que já existem ainda maiores ou piores. Quando me deparo com uma adversidade, sempre me pergunto se isso é um problema, ou se sou eu que a estou tornando em um.


Portanto, se você está insatisfeito com o seu trabalho e não suporta mais os problemas com os quais têm que lidar no dia a dia, sugiro uma reflexão: procure entender se o propósito da empresa para a qual você trabalha é aquele que te faz levantar animado da cama todos os dias. Foi o que fez a minha cliente. Ela concluiu que estava na hora de mudar para um trabalho que fosse de encontro ao seu propósito. Foi assim que decidiu mudar para a ONG. Com isso, encontrou algo significativo, a sensação de estar investindo seu tempo e esforço em problemas que valiam a pena serem resolvidos.


Dito isto, só me resta desejar: bons problemas para você!

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